Sempre fui fascinado por histórias de cidades e lugares abandonados. Algumas por questões políticas, outras por desastres naturais (ou não), mas o que sempre me chamou a atenção foi a forma como esses lugares devem ter sido evacuados às pressas, e como a vida das pessoas que ali moravam se transformou para sempre daquele momento em diante.
Fazia tempo que queria fazer este tópico, então selecionei algumas fotos de alguns dos lugares abandonados mais interessantes espalhados pelo mundo.
Gunkanjima, Japão
A ilha Hashima, mais conhecida como Gunkanjima (ou Ilha do Navio de Guerra) está localizada a cerca de 20 quilômetros da cidade de Nagasaki, no sul do Japão, e recebeu esse nome por causa das barreiras de concreto e dos altos prédios que faziam a ilha parecer um navio de guerra.
Com 6,3 hectares, a ilha chegou a abrigar 5.200 trabalhadores e suas famílias, mas com o fechamento da mina de carvão local em 1974, todos os habitantes foram obrigados a deixar o local por ordem do governo.
A cidade de Nagasaki, proprietária de Gunkanjima, pretende transformar o local em um popular centro turístico e já gastou 100 milhões de ienes na construção de piers e de uma passarela para os visitantes.
Centralia, Estados Unidos
Centralia é uma pequena vila mineira no lado leste do estado da Pensilvânia, onde chegaram a viver mais de dois mil habitantes, e hoje é uma vila fantasma com apenas 11 habitantes, apesar dos sinais ainda presentes dos ex-residentes. Debaixo da vila e dos montes de Centralia extendem-se longos túneis das minas de carvão, que após um grave incidente, incendiou o carvão das minas, e que ainda hoje continuam a arder sem parar.
Após várias tentativas fracassadas de extinguir o incêndio das minas, e de ter sido gasto milhões de dólares em equipamentos e recursos para sua extinção, o governo norte-americano não teve outra solução senão evacuar a população, devido às temperaturas elevadíssimas e aos gases tóxicos que se libertam para a superfície e que põem em risco a segurança e a saúde pública.
Estima-se que as minas têm combustível suficiente para continuar a arder por pelo menos mais 1.000 anos.
Bodie, Estados Unidos
A história deste lugar começa em 1859, ano em que foi descoberta uma mina de ouro por William Bodey, conhecido como Bodie Bluff, daí o nome da cidade. (Diz a lenda que era para a cidade se chamar Bodey, mas como o letrista não tinha a letra Y, ficou Bodie mesmo.)
E por ser época da corrida do ouro, muitas famílias, bandidos e mesmo prostitutas se mudaram para lá em busca de fortuna e de uma vida melhor. No início, eram só 20 mineradores que viviam no lugar, e mais tarde chegou a ter 10 mil habitantes.
Infelizmente, Bodie foi destruída várias vezes por incêndios que eram extintos com dificuldade. A debandada geral da população aconteceu em 1932, quando o ouro havia acabado e as famílias deixaram tudo o que fosse mais pesado ou supérfluo para trás. O que sobrou de Bodie foi comprado em 1962 pelo Estado da Califórnia para se tornar então um parque histórico.
Varosha, Chipre
Até o início dos anos 1970, a cidade de Famagusta era o principal destino turístico do Chipre, e o bairro costeiro de Varosha estava sempre repleto de turistas. Mas em 1974 o exército turco invadiu o local, obrigando todos que estavam presentes a fugirem. Atualmente, Varosha é uma zona proibida, e nenhum cipriota pode adentrar no local.
Mesmo com a reprovação da ONU e após diversas manifestações internacionais para que Varosha retorne aos gregos cipriotas, os turcos cipriotas não entram em acordo e, o os membros do exército turco juntamente com seus familiares são os únicos que ocupam alguns edifícios do bairro fantasma.
Com a cidade vazia, os prédios e casas vão se decompondo aos poucos, a natureza toma conta de tudo, e a única movimentação que se vê nas praias – pelo outro lado da cerca que divide Famagusta agora – é a de tartarugas marinhas, que fizeram dali o seu lar.
Kolmanskop, Namíbia
No ano de 1908, atraídos pela caçada ao diamante, os alemães construíram uma mina na deserta região da Namíbia, e fundaram a pequena cidade de Kolmanskop. A prosperidade da mina fez com que a cidade fosse crescendo em tamanho e seus habitantes construíram suntuosas mansões, uma casa de festas e até um hospital. Porém depois da Primeira Grande Guerra os diamantes começaram a ficar escassos e os alemães deixaram o lugar.
O aspecto da atual Kolmanskop é o de uma cidade fantasma devorada pela areia. O deserto foi aos poucos penetrando no interior das mansões através das portas e janelas, transformando os suntuosos recintos em um refúgio de misteriosas dunas e semeando inesperadas praias nos salões.
Humberstone, Chile
No norte do Chile e no meio do deserto existe uma cidade fantasma que foi fundada durante a exploração do salitre em 1862. Depois de muitos nomes se tornou a Oficina Salitrera Santiago Humberstone, que funcionou entre os anos 1934 a 1960.
Depois que os europeus começaram a produzir o salitre artificialmente, a importação do salitre chileno se tornou inviável, inviabilizando também a exploração do salitre nessa região, desta forma houve uma evasão dos moradores da cidade, ficando somente a estrutura das moradias e da refinaria, se tornando então a "Cidade Fantasma de Humberstone".
Em 1960 a cidade foi abandonada; em 1971 foi declarada Monumento Nacional; em 1997 virou museu do Salitre, e finalmente, em 2005, foi declarada Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco.
Agdam, Azerbaijão
Agdam já foi uma próspera cidade de 150.000 habitantes. Mas desde 1993, após a guerra de Nagorno Karabakh – e ainda que a cidade não tenha participado dos combates – ela foi vítima do vandalismo enquanto esteve ocupada pelos armênios.
Os edifícios estão destruídos e vazios, e somente a mesquita coberta de grafite permanece intacta. Os moradores de Agdam foram removidos para outras áreas do Azerbaijão e também para o Irã.